terça-feira, 13 de novembro de 2012

Identidade


A identidade talvez seja o caminho mais arriscado para chegarmos até nós, para nos descobrirmos. É impossível encontrar uma resposta para a pergunta ‘Quem sou eu?’. A imperfeição que a nossa mente cria sobre uma identidade forjada que muda constantemente não pode ser evidenciada por um corpo vestido de panos e uma alma, uma essência, vestida de conceitos primordiais e ao mesmo tempo básicos de sobrevivência que, por vezes, não fazem sentido e tornam-se patéticos, tornam-nos patéticos.

A identidade ou aquilo que entendemos como identidade produz em nós o efeito de identificação com algo. Tornamo-nos uma espécie de Errante numa viagem em busca de uma identidade perdida e adulterada pelos novos conceitos e pelas novas tendências.
Vivemos atrás de quimeras que não nos deixam ver que a nossa identidade é mutável e fragmenta-se mesmo antes que a nossa consciência possa pensar que existiu. Contudo, o Homem precisa de quimeras para poder interpretar a sua própria identidade. 

quinta-feira, 3 de novembro de 2011




Lado a lado, a cada passo, sentem que o amor é um labirinto e quem se distrair perde a possibilidade de se encontrar.

sábado, 24 de setembro de 2011

Sozinho

É triste !!!
Quando me sinto sozinho
Estou rodeado de gente
Que mente
Que nada sente
... Que vive uma triste
Felicidade
Que não tem amor
Que vive com dor
Que faz teatro
De manhã
Ao sol pôr
E mesmo rodeado de gente
Posso escolher outro caminho...
Numa certeza descontente
De ficar novamente… Sozinho

Fernando José

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

SOS amor

dança comigo a primeira valsa da primavera:
dança sem sonhos, esquece as promessas, ninguém nos espera.
já enchi os dias de lutas vazias:
estou gasto, cansado e dormente.
e a um pouco de sexo ou muita poesia,
ainda não fico indiferente.

fala comigo na palavra falsa da fantasia:
chovem amigos na festa da praça do meio dia.
é certo que as flores parecem maiores
que toda a virtude do mundo:
com um pouco de sexo ou muita poesia
ainda me sinto profundo.

se este mundo fosse feito para ser doce
eu seria doce fosse eu quem fosse.
foge comigo na última volta da maratona,
nada comigo num lago de metadona.
já deixei as asas na cave e as chaves no fundo do mar:
com um pouco de sexo ou muita poesia
ainda nos vamos casar.
- jp simões -

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

"A vontade desmedida que o homem revela em ascender socialmente perturba qualquer ser racional"

A ascensão social e o desejo de ocupar lugares sociais de maior relevo sempre fizeram e continuarão a fazer parte da vontade do ser humano, atrevo-me até a dizer que todos nós em algum momento da nossa vida já sentiu esta vontade desmedida. Uns chegam mesmo a fazer de tudo para lá chegar, outros perturbados nem tentam, pensam pela sua própria cabeça e a sombra que reflecte os pensamentos alheios, parece pertencer a mundos diferentes. As crenças na ascensão social e no poder que isso pode acarretar tornam-se no suporte do carácter e não no suporte da alma ou do próprio espírito. Em alguns casos a vontade desmedida que assola o homem para uma ascensão social traduz-se numa luta entre Homens e sombras. Em que as sombras não podem vencer por a ascensão social só é possível através de um culto desmedido do saber parecer.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Relógio de vento


'i'll be your mirror, reflect what you are...'

tu já me arrumaste no armário dos restos
eu já te guardei na gaveta dos corpos perdidos
e das nossas memórias começamos a varrer
as pequenas gotas de felicidade
que já fomos.
mas no tempo subjectivo
tu és ainda o meu relógio de vento
a minha máquina aceleradora de sangue
e por quanto tempo ainda
as minhas mãos serão para ti
o nocturno passeio do gato no telhado?

isabel meyrelles

['o rosto deserto', edição bilíngue, 1966]

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Para Ti... The brown eyes


Abraça-me...
Deixa-me saborear o teu perfume!
Deixa-me sentir o teu calor!
Deixa-me ouvir as ondas do mar!
Ouve o bater do meu coração
Sente o sangue nas veias a correr
Não fales...
Não faças nada...
Deixa a tua alma sentir!
Nem que seja por escassos momentos
Quero sonhar...
Quero-te só para mim!
Agora...
Só preciso que me abraces
Na quietude da noite...
Sempre a noite, nossa companheira!
A confidente... desta cumplicidade
É bom te ter!