quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

domingo, 27 de dezembro de 2009

Representação Natal Bíblico

No Natal da sociedade actual, os anjos estão parados, os sinos não tocam e as estrelas não cintilam. A família continuará dividida, os meninos chorarão a ausência dos pais e o Natal será apenas uma recordação de brinquedos abandonados pela sala e de uma festa que para o ano se repetirá. Mas a loucura do amor não está aí. Está na carícia, na ternura, no colo e no amor que damos a todos na noite longa, que deveria durar todo o ano. Natal não é esperar um rei todo poderoso que resolva os problemas desta humanidade e, sobretudo os meus problemas. Natal revela a fraqueza de Deus, que é a verdadeira força que mobiliza para o combate de um mundo onde se viva a paz e, onde nos desarmamos diante do sorriso do Deus Menino. Só livres e pequenos poderemos amar os outros.
































































quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Chove. É dia de Natal




Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.

E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.

Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho frio e Natal não.

Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
Fernando Pessoa

Feliz Natal!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

nunca cheguei a escrever um poema sobre
a cidade ser à noite um carrossel
de luzes. nem outro sobre
a fotografia onde fiquei com ar
envergonhado. ou sobre o frio e
o passeio por Hyde Park, onde
pássaros vieram comer às tuas mão
se eu deixei fugir alguns versos
só para te poder fotografar. ou sobre
a casa estilo vitoriano, que prometeu
ocultar todas as palavras que dissemos
um ao outro, quando ao deitar
nos encolhíamos debaixo de
vários cobertores e mesmo assim
tínhamos frio. ou o definitivo,
aquele que falaria sobre Greenwich
e o meridiano que me ensinou a importância
do tempo que sempre falta, principalmente
quando numa das pontes quis dizer amo-te,
mas havia um autocarro para
apanhar. e era já o último.

( manuel a.domingos )

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Balançar


Pedes o mundo
dentro das mãos fechadas
e o que cabe é pouco
mas é tudo o que tens.
Esqueces que às vezes,
quando falha o chão,
o salto é sem rede
e tens de abrir as mãos.

Pedes-me um sonho
para juntar os pedaços
mas nem tudo o que parte
se volta a colar.

E agarras a minha mão
com a tua mão e prendes-me
e dizes-me para te salvar.
De quê?
De viver o perigo.
De quê?
De rasgar o peito.
Com o quê?
De morrer,
mas de que paixão?
De quê?
Se o que mata mais é não ver
o que a noite esconde
e não ter
nem sentir
o vento ardente
a soprar o coração.